Aviso aos navegantes: PELO DIREITO DE SER QUEM SOMOS E POR MAIS EMPATIA, PELO AMOR DAQUILO QUE VOCÊ ACREDITA. MAIS AMOR, POR FAVOR!
Há uma semana postei no meu Facebook um vídeo sobre ser gay e sobre como a sociedade e nós lhe damos com isso, em especial, os afeminados desde a infância, que era o meu caso. Sempre fui chamado de bixinha, viadinho, mocinha, e outras palavras desse nível, pois bem, um dia depois do post, es que no quadro de anotações da sala onde eu trabalho, isso mesmo, no meu trabalho, eu percebi a seguinte anotação: “LUCAS POC” (Poc, gíria para viadinho, bixinha, e todos esses sinônimos que vivenciei a minha vida toda), segue a foto para mostrar o fato.
Um colega de trabalho, achando que tem intimidade, escreveu essa “brincadeira”, mas só disse que foi ele quem escreveu, depois de eu ter colocado toda a equipe para conversar, me pediu desculpas e deu a explicação que não é homofóbico, tem parentes gays e lésbicas (o que não garante de forma alguma você deixar de ser homofóbico). Pois bem, essa não é a primeira vez que passo por algo dessa natureza no meu trabalho atual (em ambiente profissional, nunca tinha passado por essas situações), além disso, um colega de equipe me disse o seguinte, após o fato: “cara, com você aprendi a ver como é difícil para vocês viver. Vejo como você tem que se provar muito para ter algo que outros recebem sem esforço, e como as pessoas não te respeitam. E mesmo com tudo para dar errado, pela sua história de vida, e pelo que tem passado você ainda luta”.
Me peguei refletindo sobre o por que de uma orientação sexual, ou identidade de gênero que não segue o padrão é motivo de “piadinha”, ou pior, ser perseguido e violentado, mas infelizmente não encontrei respostas racionais para a reflexão.
Sofri quando criança, sofri quando adolescente, sofro enquanto adulto, será que terei que sofrer até quando? E eu, não é apenas um eu, somos nós, é um coletivo, seja gay, lésbica, trans, negro, pobre. Até quando o diferente será chacota? Até quando ser fora da curva padrão causará isso nas pessoas? Reflitam: eu, Lucas, faço uma pós-graduação, estou numa empresa grande, com pessoas “civilizadas” e “educadas” e ainda assim, isso aconteceu comigo, quantos de nós, ‘diferentes’, sofremos em cada esquina, cada boteco, micro, média e grandes empresas? Por isso, eu só peço, ou melhor, eu imploro para que antes que faça uma piadinha sobre o ‘viadinho’, a ‘sapatão’, a ‘gordona’, a ‘negrinha’, ou qualquer outra manifestação do ser humano, reflita se você gostaria que fizessem o mesmo com você, daí a empatia.
E o porquê desse texto? Para indicar o início de um pensamento, mínimo que seja, em você. E que antes que diga que LGBT’s querem mais diretos que héteros, que existe ‘heterofobia’, ou que cotas são um absurdo, pense sobre os privilégios mínimos que já obteve, ainda que este privilégio tenha sido não ser xingado na rua, no seu trabalho, apanhado de alguém só por expressar seu amor, não ser queimado enquanto dorme numa calçada, ou chamado de macaco. Sim, só isso já é um privilégio que você tem.
Reflita, eu imploro! A desconstrução da nossa ignorância é diária, e tem que ser constante, regada a conhecimento. E para aqueles que se apegam há algum preceito religioso para julgamentos eu só tenho a dizer: ame ao próximo como a ti mesmo, pois com a mesma metida que julgares também serás julgado.
Mais amor, por favor! E se não for me exceder, um pouco de empatia que é isso que o mundo quer ver!
Mais amor, por favor! E se não for me exceder, um pouco de empatia que é isso que o mundo quer ver!